domingo, 9 de maio de 2010

Ano zero.

A tendência de organizar a vida em partes persiste.
Existe a vida real, massante, lotada de informações.

A outra vida, sem nome ou definição, feita de sonhos, vontades, não precisa de tempo. Nela somos o que sonhamos, nem sempre temos o que queremos, nem o que precisamos, mas existe força necessária para não nos deixar cair.
Existem coisas bonitas que não precisam de palavras. É nessa vida que acontecem dias inesquecíveis.

Procuro uma maneira de juntar essas duas partes.

Ter uma vida cansativa, mas recompensadora. Feita de sonhos, desejos, com tempo curto, para fazer dos pequenos momentos os mais preciosos. Nela, ter o que preciso, depois de considerável luta, mas ter sempre força, pois a luta nunca acaba.
Queria ser eu mesmo dentro desse corpo que às vezes me engana. Ter alegria sempre cravada nos eventuais sorrisos.

Queria apertar delete, começar de novo, fazer tudo diferente.
Mas estava aqui, vivendo, até agora aprendendo uma lição, uma demorada aventura até esse ponto de querer recomeçar. O recomeço não era literal, afinal, como dizem os velhos ditados, não podemos mudar o começo, mas podemos recomeçar e mudar o final.
Penso com muito cuidado nessas palavras. A sensação estranha de ser quem queriam que eu fosse não é agradável. Sei aqui dentro quem sou eu, sei quem é o Jack.

Usar meu apelido como forma metafórica de recomeçar é uma boa ideia, afinal, ele surgiu em tempos de mudança mesmo.

O Jack é educado, não gosta de falar palavrões, ama escrever, ama filmes, sonha em publicar um livro e dirigir um filme. É romântico, sonhador, tem seu próprio mundo interior, seu lugar feliz que lhe serve de refúgio nas horas silenciosas. Tem o costume de procurar beleza nas coisas simples, tentar escrever sobre elas. Gosta de olhar para as estrelas, gosta de sair com os amigos, mas não sabe se divertir em festas, não curte dançar e nem quer aprender, gosta de férias em Tramandaí. É extremamente desorganizado e desatencioso, defeitos dos quais não se orgulha, mas que não consegue mudar - falta de iniciativa, outro defeito.
Muito calmo, raramente se altera. Não gosta de confusão, brigas nem na TV, odeia tumultos e barulho. Exceto se for (boa) música em sua sala de estar ou num estádio na Inglaterra.
Adoraria cantar ao vivo em alguma banda um dia, tocando guitarra. Porém não sabe cantar e aprende em passos de tartaruga, mas pelo menos, está tentando.
Acima de tudo, sem querer, colocou seu amor por uma garota. É o tempo mais precioso, e não consegue viver um dia sem que esta se intrometa - no bom sentido. Piegas, meloso, etc, mas lindo, ele pensa.

Saindo da terceira pessoa (o que já estava me irritando).
Isso não tem nada a ver com o fato de eu não ser amado/reconhecido por meu esforço. É apenas uma busca pessoal - e meio louca, confesso. Para alguns, vem fácil, para mim não veio.

Mas nesta segunda feita (hoje, pois já passou da meia noite), vou dormir para acordar diferente.
Sem radicalismo, sem desespero. Não é uma questão de ser o cara perfeito, é questão de ser quem eu sou.

Prazer, eu sou o Jack. E você?

Um comentário:

  1. eu detesto não comentar o texto, mas estou na corre-corre hj! tem selo pra vc no meu blog.

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