OBS: pequeno trabalho em desenvolvimento para aula de filosofia. Ainda vou melhorar, mas faz tanto tempo que não publico nada que, bom, aí está.
O amor é um dos temas mais explorados da literatura, ainda que a quantidade de palavras gastas para falar sobre esse sentimento não o tenha esclarecido, pelo contrário, muitas vezes parece deixá-lo mais misterioso, maior e quase sempre, com tons de impossiblidade. Simplificadamente, seria um vínculo emocional muito forte com alguém.
Por quê? Ninguém sabe ao certo - ninguém quer saber. Uma das delícias do sentimento está na dificuldade de explicá-lo, descobrí-lo e cultivá-lo. Desde os tempos de Romeu e Julieta havia o tal "grande amor" na cabeça das pessoas, aquela idéia geral de que um dia se encontraria um grande amor com quem passaria o resto da vida. Os desenhos animados ajudam, com histórias do tipo Bela e a Fera, Bela Adormecida, etc, sempre com o cavalheiro excepcional e gentil, e a princesa bela e inocente. Por um tempo, permanecia assim a ideia de amor eterno, mas as coisas mudaram.
Hoje, um chamado "príncipe" é bem difícil de se encontrar, e as princesas não são mais tão inocentes. A adolescência atual, o modo de ver e viver as coisas, acabou prejudicando a visão antes poética do amor, dando maior espaço aos desejos físicos imediatos, luxúria mesmo. Pouco importa o sentimento interno que dá vontade de sonhar coisas impossíveis, afinal, isso é coisa de garotas feias demais para ficar com alguém que gostam de ler livros.
O meio termo seria a visão mais correta, entre o respeito ao sentimento e a chamada luxúria, palavra feia por ser mal usada, mas o contato físico é uma das principais formas de expressão na falta de palavras, especialmente o beijo. O amor hoje em dia é extremamente banalizado, pois é um sentimento puro, que pode se sentir entre amigos, pelos pais, irmãos, etc, não apenas por aquela pessoa que mexe com os pensamentos. Esse amor relacionado à paixão, o mais discutido e complicado de todos, é talvez o mais banalizado. O fato de ser considerado "bonitinho" faz com que seja usado como arma de conquista, afinal garotas gostam de coisas fofinhas. É quando o jogo da conquista torna-se um jogo de bajulação e mentiras.
Mas essa é a visão generalizada. A tão notória frase "eu te amo" tem um significado profundo para muitos também, tanto que pode acontecer de esta nunca ser pronunciada antes de algum tipo de certeza, certeza de quão real é o sentimento e de que vai durar.
A questão da realidade e sonho também é interessante e bem explorada na literatura. Quem já se apaixonou sabe que quando as coisas dão muito certo, chega a criar-se um medo de que está bom demais para ser verdade, de que aquilo tudo não é possível, ainda que esteja acontecendo. Como se pode ter uma paixão tão grande por uma única pessoa? Culpe o cérebro.
A visão do príncipe ou da princesa é criada durante a educação e amadurecimento, de acordo com nossos gostos e desgostos, personalidade e tudo mais. Assim que tudo se encaixa, pronto, antes que perceba ou possa correr, caiu na armadilha. É uma sensação estranha, a de se apaixonar, pois existem tantas incertezas, risos involuntários, segundos de reflexão, tantas coisas que nos fazem pensar na vida de forma diferente, como se as coisas estivessem mesmo melhores, como se a vida fosse melhor e mais feliz, e sem aquele amor, não seria nada. Mesmo negando, a faísca acende o fogo ali na nossa cabeça, e quando percebemos já é tarde demais.
Para uma boa parte da população, começam então os sonhos, as viagens em geral. Tem a outra parte, que prefere tentar fugir da confusão, afinal, não vale a pena perder tanto tempo sabendo que tudo pode acabar em nada, como sendo apenas uma ilusão real demais. Ocasionalmente, acaba mesmo com um final triste, cheio de minutos demorados, música emo e comédias românticas. Mas até que ponto pode se chamar isso de sofrer por amor?
Quantas vezes vimos o caso da garota que "ama" um galinha qualquer que a trata como lixo? Esterótipos de filmes colegiais à parte, existe diferença exorbitante entre atração e amor, ainda que estes andem de mãos dadas. O vínculo emocional se forma com conhecimento mútuo, carinho e dedicação, pelo menos, na maioria das vezes. A atração pode brotar apenas pelo contato visual, uma espécie de "amor à primeira vista". O amor romântico, como já mencionado, é complexo. É fácil distinguir atração do real sentimento? Não, não é. É o tipo de experiência que nos engana cruelmente, do tipo que só vivendo e errando para aprender a se importar. A aparência é outra polêmica, pode ajudar, atrapalhar, ou até ficar em segundo plano em frente ao sentimento.
Mas voltando um pouco, a questão do contato físico é tida como importante no romance, principalmente o beijo. O toque dos lábios é como o começo de algo, a repentina mudança nos sentimentos. Ou não. Pode ser apenas um toque de lábios e línguas qualquer. Nesse momento fica mais fácil (ou não) de sentir o vínculo, se é romântico, ou apenas sexual.